domingo, 9 de agosto de 2009

O nada nada é, senão a consequência do tudo.




Confesso que nunca fui um grande aficcionado por leituras - principalmente pelas longas leituras, mas me pego tomando gosto por boas leituras ultimamente. Sempre gostei de adquirir informação, muitas vezes lendo, sendo esse o único meio, e sempre gostei de filosofia. Filosofia é a arte de questionar e 'desresponder'; sim, pois como todos sabem, toda resposta deixa brecha para outra pergunta e, como diz aquela propaganda (acho que) da GNT, "O que move o mundo são as perguntas, não as respostas".

Quantas vezes me pego imaginando coisas mirabolantes, psicóticas, psicodélicas, surreais, narrando acontecimentos "absurdos" que só existem dentro da minha mente; quantos carros fantásticos inventei quando garotinho; desenhando, então, acho que já criei um mundo à parte de tudo, se juntarmos todos os meus desenhos, e quem não criou?

Todo ser humano é munido de capacidade mental para imaginar; e o que é a mente, afinal? Onde ela fica? A mente não fica, a mente é. É nisso que eu acredito. A mente é um conjunto de todas as reações do cérebro que ajudam a formar as mais diversas situações e nos permite vê-las na nossa frente, como se fossem reais... mas grande parte nem chega a ser.

Pois bem, dia desses me devolveram um livro que eu comprei sem nem saber do que se tratava, achando que era uma coisa totalmente diferente e que acabou ficando esquecido e, assim, sendo emprestado. Matrix: Bem Vindo Ao Deserto do Real, de William Irwin, é um livro puramente filosófico que faz uma análise bastante interessante e detalhada da, como vocês já podem imaginar, trilogia Matrix.

De fato, ainda não concluí a leitura; na verdade, apenas iniciei. Vim aqui comentar sobre justamente porque essa semana, após mais de um ano da compra do livro, resolvi recomeçar a lê-lo. Como diz aquele ditado, "pra tudo há sua hora". E é verdade. Quando peguei o livro pela primeira vez, pensei 'poxa, coisa chata. não entendo nada, muito confuso'. Desta vez não; peguei, comecei a ler e comecei a pensar comigo mesmo 'caralho, que troço incrível!'.

Enfim, estou lendo e recomendo pra quem gosta de sair um pouco da casa e dar umas viajadas. É bom para refletir. Mas aviso, W. Irwin é filósofo social, crítico cultural e já fez grandes contribuições para a história cultural, filosofia da ciência e para o estudo do mito, portando não esperem encontrar favorecimento a religiões neste livro. Quem tem sua fé abalada por uma brisa sequer, sugiro nem ler. Aliás, me contradigo e sugiro o oposto: tome vergonha na cara, crie coragem e vá ler algumas idéia que divergem de seus pensamentos. É bom tanto para a construção do caráter, como para a ampliação do campo do raciocínio. Aos que aceitarem a recomendação, divirtam-se.


"Afinal, uma rosa vermelha é todas as cores, menos o vermelho. A rosa absorve todas as outras cores e reflete o vermelho".

[edit: acabaram de me dizer que a propaganda é do Futura. hahaha]



Matheus M. Fonseca