segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Golpe de Azar

A polícia estava acampada na sala de sua casa. Tudo estava uma imensa bagunça. “Nada disso teria acontecido se ela não tivesse ido a pé”, era o que pensava Roberto naquele momento, em meio aos bipes dos aparelhos de rastreamento e o chiado ininterrupto dos processadores de alta tecnologia funcionando.

Roberto era presidente de uma das maiores empresas de informática de São Paulo, especializada em segurança de redes. Possuía doutorado em segurança avançada de sistemas complexos de informações, por isso era muito procurado por empresas de segurança de todos os lugares do mundo e, também por isso, possuía um grande patrimônio financeiro, o que acabava atraindo a atenção de mafiosos e ladrões de médio porte.

Roberto tinha duas filhas. A mais nova, Rosana, estava no colo da mãe, dormindo, mesmo com tanto barulho, no quarto especialmente decorado, rosa, cheio de brinquedos novos. A mais velha, Fernanda, era o motivo de toda aquela anarquia.

Fernanda era inteligente, simpática e muito atraente. Tinha longos cabelos escuros, muito bem tratados, olhos verde-claro e um sorriso que era de uma paz inexplicável. Era meiga, tinha seios naturalmente lindos e porte de mulher. Talvez isso tenha atraído a atenção dos sequestradores também, mas não é tão provável. O crime foi visivelmente muito bem estudado, afinal, não era qualquer Fernanda, era Fernanda Assunção, filha do famoso Roberto Assunção, dono de uma grande fortuna.

Até as sete horas da manhã deste mesmo dia, a moça não tinha noção de que sua vida fosse levar um rumo tão assustador. Tomou seu café da manhã com suco de laranja e torrada com manteiga como fazia todos os dias. Tomou seu banho morno de sempre, com sabonete líquido e uma daquelas esponjas engraçadas dignas de propaganda de sabonete da Xuxa, usou o condicionador de sempre e secou-se com sua toalha de sempre que, como sempre, era rosa. Escovou os dentes com a escova de sempre e beijou a testa do pai, em sinal de bom dia, como sempre. Mas um simples detalhe mudaria sua vida para sempre. Naquele dia, Fernanda não pegou carona com o pai, como sempre fazia. Naquele dia, resolvera ir a pé, queria mudar os hábitos.

Mal sabia ela que um grupo de mentes maquiavélicas estavam à sua espreita, vigiando cada passo seu e, ao distanciar-se o necessário, matilha, que naquele dia tinha o acaso a seu favor, entrou em ação.

O Opala Preto, cena clichê, a seguia de longe; aqueles belos passos, sensuais e vagarosos. O som dos seis cilindros aumentava a adrenalina dos três sujeitos com trajes a la Pulp Fiction, a balada no mp3 player novinho distraía no caminho solitário.

'É hora de agir', diz o motorista e o Opalão preto 83' ruge como um leão pronto a abater sua presa. O barulho do dimensionado é tal que assusta até aos pássaros no grande Ipê roxo logo à frente. Quando Fernanda se dá por conta, já está na barriga do feroz predador, com uma silver tape na boca e o nariz ardendo, culpa do clorofórmio. Foi o tempo de abrir os olhos e apagar novamente. Quando deu por si, estava dentro de um quarto escuro, já sem a fita e com as mãos livres. Os homens a mantiveram assim, para que pudesse comer. Afinal, são homens, não torturadores, apesar de sequestradores.

Na sala mais ao lado, papel e caneta na mão, um dos homens escrevia um recado. Não podia usar um computador, nem transmitir dados via rede, pois a vítima em questão era filha de um hacker, um hacker legalizado, digamos assim.

O jeito era fazer à mão, mesmo.

“Estamos com a sua filha. Por enquanto não se preocupe, tudo depende de você. Queremos U$1.500.000. Não chame a polícia. Logo receberá instruções”.

* * *

O choro da filha acorda Roberto. Não teve um sono muito tranquilo.

- Alguma novidade, detetive?

- Não, Senhor. Nada ainda.

Neste exato momento, o telefone da casa toca. Todos tomam suas posições rapidamente, enquanto Roberto se dirige ao telefone para atendê-lo, dando tempo para que a polícia se posicione nos aparelhos.

- O senhor não fala nada, agora só escuta, ok?

- O senhor vai se dirigir até a Praça da Sé e, chegando lá, vai procurar uma pasta dentro de uma lata de lixo próxima ao marco zero. Dentro desta pasta vão estar as próximas instruções.

Quando o telefone desliga, a tensão toma conta do ambiente. Ninguém sabe o que se pode esperar de um sujeito como esse.

Dentro da pasta estava um celular, um bilhete e o mp3 player de Fernanda, como prova de que eles estavam com ela.

O bilhete era claro. Roberto devia depositar o dinheiro na conta inscrita e esperar. Quando fosse confirmado o pagamento, ele receberia uma ligação informando o próximo passo.

Fernanda estava com frio, sentia medo e não havia conseguido comer a gororoba que ofereceram a ela. Era uma mistura de restos de comida requentados e um copo de água da torneira, sem muito luxo. Era o que tinha. Afinal, se tivessem em condições, não estavam sequestrando-a. Seu colchão era fino como uma palha, a cama rangia.

Os homens haviam feio uma abertura na porta para que pudessem manter contato quando necessário.

Na sala, os homens discutiam se tudo iria funcionar corretamente. O chefão ainda não havia entrado em contato, então estavam ociosos. Começavam a ficar apreensivos.

Mas haviam cometido um erro, pegaram o cara errado. Roberto não tinha medo, era confiante, não havia chegado onde chegou a troco de nada. Sabia que os homens não matariam sua filha, pois ele os acharia. Ele tinha tudo planejado. Demoraria para efetuar o pagamento e o sequestrador ligaria de volta.

E foi o que aconteceu, meia hora depois um homem liga para a casa de Roberto e pergunta pelo pagamento. Roberto diz que está difícil, que é complicado arranjar tal quantia tão rapidamente. Os bancos são muito burocráticos. E nesse papo longo, o homem acaba colocando os pés pelas mãos; a ligação se estende e a polícia consegue um endereço.

Dez minutos depois, a casa está cercada por duas Ford Ranger Turbo pretas, quatro viaturas Vectra 2.2, robustos, veículo especial do pessoal de operações especiais da região. Na garagem da casa, um Opala preto, modelo 250 SS, vidros negros, aros 20” também pretos; seria um leão bravo, não fosse pela cor. Em poucos segundos a galera da especial já estava dentro da casa. No quarto, uma linda garota mal tratada pelo medo. Apavorada e cansada, querendo o afago do pai e a cama quentinha. Na geladeira, um bilhete: “Subestimei você. Nos falaremos em breve.”.

- Parece que perdemos aquele carango, não é pessoal?

- É, parece que sim.

A 4x4 gabinada parecia devorar o asfalto quente que era iluminado pelo avermelhado pôr-do-sol. A imponente figura de madeixas loiras ao volante, de seios fartos e coxas fortes, saia de couro e jaqueta e botas pretas, que intimidava os três rapazes, era naquele momento de uma tranquilidade absoluta. A estrada era longa, muitos planos ainda precisavam ser feitos...


Matheus Machado Fonseca



Conto produzido para a disciplina de Leitura e Produção de Textos II - Narrativa policial.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

As coisas são como elas são.
É quando tudo parece estar certo, que começa a dar errado. É no momento que tu acha que conseguiu se equilibrar, que vem uma brisa e te derruba.
A vida é assim, fria, calculista, precisa e incisiva. A idéia de felicidade, por exemplo, é momentânea. A felicidade varia de acordo com o momento corrente. Não se pode dizer que antigamente se era mais feliz ou menos; deve-se se dizer que, segundo aquelas circunstâncias, era feliz de uma forma, agora o é de outra. Mas e no momento em que você leva um soco na cara? Aquele momento em que se acorda para a outra felicidade, ou melhor, se encaminha para uma otra felicidade? A transição é sempre um problema. Pensamentos vem e vão, incoerentes e imprecisos como só a mente humana pode ser, ao passo que certos e concisos, fazendo com que aquela água parada se torne um redemoinho violento. Você se vê perdido, mesmo tendo certeza de conhecer o lugar onde está.

De certa forma tais reflexões são boas para conduzir própriamente a vida, mas se tornam ruins quando não se quer mudar o rumo das coisas. (Perdão pela minha incoerência no texto)
Sente-se uma certa tensão quando acontecimentos externos passam a interferir diretamente nas nossas vidas e pior ainda quando não sabe-se o que fazer a respeito deles. É como usar algemas e ter as chaves delas. Ao mesmo tempo que se sabe certamente o que fazer, sabe-se também que não é o simples fato de fazer, que qualquer passo em falso pode mudar toda a trama da história, um pingo fora do penico e tudo pode tomar uma proporção não desejada.

Por toda a vida o homem se mostra imponente, corajoso, destemido, confiante, mas essa, meus amigos, ah, essa aleatoriedade de acontecimentos num trilho sem padrão definido só quem vive sabe descrever. Quando a luta é consigo mesmo, aí sim é que se põe à prova todas essas qualidades morais: a imponência, a coragem...
É enfrentando tais desafios que um homem se torna um homem (não discriminando as mulheres, mas tratando especificamente do lado que me diz respeito). É nesse momento que você se descobre, que conhece seus medos e deficiências e também suas virtudes.

Por isso, meus caros, pensem bem antes de ostentar uma virtude que não os pertence ou que se é pensado que pertence.

Termino por aqui. Não foi um desabafo, foi uma reflexão minha pra mim mesmo. Eu precisava escrever pra relaxar um pouco.
Abraços.

Matheus Machado Fonseca

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Lucy In The Sky With Diamonds

Imagine-se num barco em um rio, com tangerineiras e céus de marmelada. Então o seu barco vira, você cai na água, mas não afunda, é como se ela fosse de vidro, mas o vidro se move. Vê aqueles marlins aí embaixo? São coloridos, não são? Mas você não pode alcançá-los; nem eles à ti.
Você corre, corre tentando achar terra firme, mas você está firme, só não é terra.
Quando alcança a primeira tangerineira, você vê um coelho. Vê aquele coelho logo alí?
Ele tem um relógio. Ele corre como se fosse a última coisa a se fazer na vida. Pra onde ele vai, ninguém sabe. Mas está atrasado.
Ele deixa o chapéu cair, esses instante você aproveita pra perguntar 'onde vai dar esse caminho de pedras?'. 'Caminho de pedras? Que caminho?' Me siga, disse ele. 'Pra onde você vai?' Me siga, repetiu.
Quer chá?
Naquele momento você se vê no meio de uma praça cercada por enormes construções, arranhacéus, mas coloridos. É tudo multicolor; nada de tristezas.
Os prédios estão dançando e cantando. Parece a dança da chuva.
Que chuva é essa? São jujubas. Já comeu jujubas? Jujubas são deliciosas, minha mãe as comprava em saquinhos. Não gostava das azuis, as anil.
Mas pra onde foi todo mundo? Quero minhas jujubas. Ei! Voltem.
Está frio aqui. Espera, é uma lâmpada?
'Quem ousa me acordar?'. E meus desejos?
'Desejos? hahahaha'. Deixa pra lá.
Agora você caminha por um corredor em espiral, um corredor que se move. Se você não for rápido, nunca sairá daí. Corra! Corra mais!
Quando suas pernas começarem a formigar, lembre-se que precisa de um lugar seguro.
Vê o coelho sinistro e o detetive com chapéu e casaco lá no fim do corredor? Eles estão procurando um gatinho. Não o viu por aí? Ele usa botas... e uma espada.
Cuidado! É uma cachoeira!
Agora você se atira e é como se planasse no ar por alguns instantes, mergulhando num profundo nada. No vácuo, corpos humanos explodem. Cadê minhas cuecas?
Boom!

domingo, 9 de agosto de 2009

O nada nada é, senão a consequência do tudo.




Confesso que nunca fui um grande aficcionado por leituras - principalmente pelas longas leituras, mas me pego tomando gosto por boas leituras ultimamente. Sempre gostei de adquirir informação, muitas vezes lendo, sendo esse o único meio, e sempre gostei de filosofia. Filosofia é a arte de questionar e 'desresponder'; sim, pois como todos sabem, toda resposta deixa brecha para outra pergunta e, como diz aquela propaganda (acho que) da GNT, "O que move o mundo são as perguntas, não as respostas".

Quantas vezes me pego imaginando coisas mirabolantes, psicóticas, psicodélicas, surreais, narrando acontecimentos "absurdos" que só existem dentro da minha mente; quantos carros fantásticos inventei quando garotinho; desenhando, então, acho que já criei um mundo à parte de tudo, se juntarmos todos os meus desenhos, e quem não criou?

Todo ser humano é munido de capacidade mental para imaginar; e o que é a mente, afinal? Onde ela fica? A mente não fica, a mente é. É nisso que eu acredito. A mente é um conjunto de todas as reações do cérebro que ajudam a formar as mais diversas situações e nos permite vê-las na nossa frente, como se fossem reais... mas grande parte nem chega a ser.

Pois bem, dia desses me devolveram um livro que eu comprei sem nem saber do que se tratava, achando que era uma coisa totalmente diferente e que acabou ficando esquecido e, assim, sendo emprestado. Matrix: Bem Vindo Ao Deserto do Real, de William Irwin, é um livro puramente filosófico que faz uma análise bastante interessante e detalhada da, como vocês já podem imaginar, trilogia Matrix.

De fato, ainda não concluí a leitura; na verdade, apenas iniciei. Vim aqui comentar sobre justamente porque essa semana, após mais de um ano da compra do livro, resolvi recomeçar a lê-lo. Como diz aquele ditado, "pra tudo há sua hora". E é verdade. Quando peguei o livro pela primeira vez, pensei 'poxa, coisa chata. não entendo nada, muito confuso'. Desta vez não; peguei, comecei a ler e comecei a pensar comigo mesmo 'caralho, que troço incrível!'.

Enfim, estou lendo e recomendo pra quem gosta de sair um pouco da casa e dar umas viajadas. É bom para refletir. Mas aviso, W. Irwin é filósofo social, crítico cultural e já fez grandes contribuições para a história cultural, filosofia da ciência e para o estudo do mito, portando não esperem encontrar favorecimento a religiões neste livro. Quem tem sua fé abalada por uma brisa sequer, sugiro nem ler. Aliás, me contradigo e sugiro o oposto: tome vergonha na cara, crie coragem e vá ler algumas idéia que divergem de seus pensamentos. É bom tanto para a construção do caráter, como para a ampliação do campo do raciocínio. Aos que aceitarem a recomendação, divirtam-se.


"Afinal, uma rosa vermelha é todas as cores, menos o vermelho. A rosa absorve todas as outras cores e reflete o vermelho".

[edit: acabaram de me dizer que a propaganda é do Futura. hahaha]



Matheus M. Fonseca

sábado, 25 de julho de 2009

Estamos com fome de amor

Aí vai um texto do Arnaldo Jabor falando tudo que um dia eu jamais consegui dizer, mas, ainda assim, é tudo que eu também penso. E acredito que muitas outras pessoas também o pensem. Aliás, espero.

Quando minha ex-colega Marília me mandou esse texto por msn, a única coisa que eu consegui dizer foi "putamerda, perfeito!".
Segue o baile:

***
Estamos com fome de amor

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.

Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.

Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

Antes idiota que infeliz!

Arnaldo Jabor

***

É ou não é a pura realidade?
Tenham uma boa noite.

Matheus Fonseca.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Angústias

Angústia é foda
Bom é quando passa
Cantanda numa moda
Toda desgraça que embaraça

Seja com viola
Ou com pandeiro
Saiba que o som da marola
Sempre acompanha o candeeiro

E ao último raio da lua
No frio intenso,
madrugada nua
É quando eu jogo à rua

Vai e não volta
Ora essa, sua perua
O mundo faz volta
Tu não fazes falta, vai pra rua.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

PUTA QUE PARIU!

E não é que funciona?

Pois é, acabei de ler aqui que uns cientistas que não tinham mais o que fazer descobriram que falar palavrão ameniza a dor.
E daí alguém me pergunta: será que teve algum fanático religioso frustrado incomodando?
Siiiiiiiiiiiiim! Sempre tem. Foram dizer: ah, mas ao invés de gritar PUTAQUEPARIU, gritem GLÓRIAADEUSNOSSOSENHORTODOPODEROSO! Façam o teste. NÃO. FUNCIONA. Não é a mesma coisa, admitam. E outra, quem é que, ao ser chutado no saco, fala: oh, querido amigo, me machucaste fortemente? hahaha Fala sério. Pra tudo tem um limite.
Eu nem to aqui pra criticar os crentes. Eu vim aqui só louvar o querido palavrão.
Viva, viva, viva!

Agora, em relação àquelas reflexões mundanas...
Vejamos. Essa é uma semana especial, queridos irmãos; por quê? Porque eu ganhei um prêmio numa promo feita pelo Twitter. Sim, eu, que nunca ganhei sequer uma bala num bingo de colégio. Ganhei o Almanaque do Rock, escrito pelo Kid Vinil. Acho que chega essa semana; não é diver?
Agora vamos refletir em forma de tópicos:

Tópico um: eu odeio tópicos.
Tópico dois: noto que as pessoas ainda estão tratando essa gripe porca como o armagedon. Nada que uns bons 2L de água por dia não cure, minha gente.
Tópico três: esse foi o post mais sem noção do blog até hoje. Motivo? Não sei! :valeu:
Tópico quatro: eu não sirvo pra comediante. Ponto.
Tópico cinco: não tem tópico cinco. Cinco é o número do demo. Ande duas casas.
Tópico sete: Seth era o deus Egípcio que representava o mal. Ande outra casa.
Tópico oito: Fim.

Se alguém leu até aqui, anime-se, ainda tem mais.

Eu vou deixar os posts sobre musiquinhas pra outro dia, ok? Ainda tem o que postar, só não tem a vontade.

Eu parei de postar aqui (alguém notou?) porque ando meio ocupado com o Twitter e com o 140Mafia. Sigam-me os bons.
O Twitter, tenho que admitir, é a última palavra em relacionamento virtual e troca de informações úteis e inúteis. Foi lá que eu descobri, sendo essa uma informação útil, que o Tico Santa Cruz, do Detonautas, faz um Sarau ao vivo toda Segunda-feira pelo JustinTV e foi esse sarau que eu fiquei assistindo nessa última Segunda até as 3:30am. Bem interessante. Tava o Dudu Nobre, o Glad Azevedo e o Cardoso, do Blog do Carsoso. Eu até posso dizer que virei fã do cara. Não, não do Cardoso, do Sta Cruz.
Depois que eu ouvi um pouco do que ele tinha a dizer numa conversa com o pessoal, esses dias, pelo Justin, eu passei a admirá-lo. Ele tem sim umas ideias interessantes a pesar das unhas pretas. hehehe

Bom, eu to gripado e etc, então até o próximo post; espero que mais útil que esse. Boa noite.

E fica o meu sincero
PUTAQUEPARIU
pra todos vocês. ;*

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A bolha

As reflexões mundanas podem esperar.
Alguém, por obséquio, me explica isso:



Parece um simbionte daqueles do Homem-Aranha. Eu, hein?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Kina Grannis



Devidos crédito à Kina Grannis. Descobri pela coluna do YT aqui do lado. >>
Não tenho nem mais o que dizer. Pelo post já dá pra saber que eu gostei.
Pra não dizer que eu sou vagabundo e não disse nada sobre ela, vou colocar aqui os links que levam à ela:

http://www.kinagrannis.com
http://www.myspace.com/kinagrannis
http://www.twitter.com/kinagrannis
http://www.facebook.com/kinagrannis


Na ordem: Site Oficial, HerSpace (hahaha, veryfunny), Twitter e FaceBook.

[Edit]
Esse é um bridge, já que eu disse que ia postar reflexões no próximo post. hehehe. Wait for it.

Título? O que ser isto? Meh...

Desculpem, caros leitores, a demora. Haha. Andei, de certa forma, ocupado. Ocupado com outras distrações.
Pois é, confesso que me sinto vencido pelos tais fenómenos comunicacionais contemporâneos.
Eu que era fiel crítico do Orkut, do Twitter e outros, me rendi. Mas como todo crítico precisa de uma prova pra poder cuspir, comigo não foi diferente. Eu já havia criado uma conta no tal Twitter, carinhosamente apelidado de Tutu por mim mesmo. Assim como já tinha uma conta no famoso e inútil -até certo ponto- Orkut. A do Orkut já é velha e mascada. Já fiz, refiz, 're-refiz', efim. Meu álbum chega a ser amarelado e amassado de tanto que eu mexi nele.
"Andando" por essas bandas, dia desses, eis que resolvo me aventurar pelo tal Tutu; e não é que eu gostei? O terreno da escrita já me chamava atenção, de anteposto, mas o da exposição não.
Sendo que, hoje em dia, exposição é nada mais que natural, eu resolvi tirar o pó da minha inscrição e começar a mostrar minha vida para o público.
Aquele site tem ares de Igreja Universal e eu me sinto como o Edir Macedo, cada vez mais cheio de seguidores. E como disse, dia desses, o Tico Santa Cruz (é junto? ou separado? enfim...): quem é que não fica contando os seguidores? hahaha Pois eu fico, admito.
(Parágrafo, para que os quero?)
Bom, isso é só pra explicar minha demora. Cá estou, meus ainda não tão fiéis leitores. Um dia serão; um dia hão de ser. :D

Queria defender aqui o uso de emoticons e expressões msnzísticas nos blogs.
Pronto, tá defendido. Cada um que crie suas afirmações em defesa destes em suas cabeças.

Hoje eu tomei café de mais. Quem me conhece bem, já deve ter ouvido essa frase.
Fiz café, achei que tava na medida. Não tava. Tomei uma puta caneca de café agora de noite por causa da tal medida errada. Aprimorarei-a.

Para o próximo post: refexões sobre a vida e outras pieguices mais. Beijosmil. *smack*

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mayer Hawthorne



Não sei se alguém chegou a notar, mas nós temos uma coluna de Top 4 do YouTube aqui do lado direito. Pois bem, dando uma breve conferida no que estava alí agora de noite, me deparei com esse cara...

Mayer Hawthorne (nascido Andrew Mayer Cohen) é um, entre outras coisas, cantor, compositor, DJ e rapper de Ann Arbor, Michigan, USA. O nome artístico é uma combinação de seu nome do meio com o nome da rua onde cresceu, em Michigan, Hawthorne Road. Haja criatividade.
Cohen veio trazer de volta a música cantada com a alma, a Soul Music, com influências de Templations, Barry White, The Notations, Supremes, The Precisions, Mike Terry, Isaac Hayes, The Montclairs, James Jamerson and the Funk Bros e muitos outros que eu confesso desconhecer o trabalho.

Ao cantar acompanhado, como no vídeo abaixo, Cohen costuma adicionar o termo "and The County" ao seu nome. Para Cohen, "The County" são todos aqueles que tocam ou cantam junto a ele. O cantor também faz perfomances e grava no estilo Hip-Hop com o nome artístico "Haircut", às vezes com o grupo Now On.

Achei muito interessante essa música, cantada à capela, chamada "When I Said Goodbye" onde, por algum motivo, o grupo foi chamado de Mayer Hawthorne Barbershop Quartet.
E foi este vídeo que me fez parar para escrever sobre este aparentemente novo grande artistada fadado a cair no esquecimento, já que ele não canta Funk nem Pagode.



E aqui uma releitura de "I Wish It Would Rain" do Templations.



Abaixo o MySpace (não o meu, o dele), o Twitter e sua (já sacô, né?) página no site da gravadora Stones Throw Records, com quem gravou seu primeiro single num LP de 7" vermelho em formato de coração e seu segundo single num LP de 12", Just Ain't Gonna Work Out/When I Said Goodbye e Maybe So, Maybe No/I Wish It Would Rain, respectivamente.

MySpace
Twitter
Stones Throw Records


E os MySpaces de Haircut, seu outro nome, e Now On.

MySpace: Haircut
MySpace: Now On

Façam bom proveito.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Scheduling

Diário estelar; Primeiro de Julho de dois mil e nove, Quarta-Feira.
Início do dia letivo. Última prova da cadeira "Matemática Fundamental".

5:20am - Toca o despertador. Tentativa frustrada de me acordar.

5:30am - Meu cérebro desperta. Acordar logo e não perder o ônibus. Dia de prova.

5:50am - Fim do banho. Correria. Muita emoção.

6:10am - Entrando no ônibus. A caminho da faculdade. Sem maiores preocupações a respeito da prova. Notei a falta da minha querida colega de banco, Viviane.

6:15am - Tentando dormir.

6:30am - O ônibus para no posto Texaco. A movimentação dos passageiros me acorda.

7:50am - Acordei. Meus olhos não abrem. Um certo pavor me tenta me dominar. Pensei já estar dentro da universidade.

7:53am - Eles ainda não abriram.

7:54am - Olhos finalmente abertos. Não perdi a parada. A caminho do prédio 52.

8:00am - Comprei um café pequeno e um pão-de-queijo. A fome me incomodava.

8:10am - Entro na sala. Procuro uma mesa. O professor me muda de lugar e a prova começa, para mim.

8:30am - Entrego a prova e saio da sala. Não havia expectativas, de uma forma geral.

8:32am - Me dirijo para o CC (Centro de Convivência), em companhia de meu colega igualmente sem expectativas.

8:40am (por volta de) - Pego o livro de crônicas da Unisc para terminar de ler. A partir daí, três ou quatro mudanças de lugar, colegas vem e vão, a Marília continua.

10:45am - Paro de ler e nos juntamos, eu e Marília, aos nossos colegas, novamente no CC.

10:58am - Começo a me dirigir até o local de espera do ônibus.

11:10am (presumo) - O ônibus aparece. Me despeço de Marília, entro no ônibus e procuro um lugar. Durante a viagem, termino de ler o livro. Devia ter durado mais. O livro, não a viagem.

12:45pm (difícil dizer) - O motorista do ônibus perde o estabilizador. Nós estamos parados perto do HCB.

12:48pm (baseado no horário acima) - O ônibus volta a andar. Estamos chegando em casa.

01:00pm - Fim da rotina letiva. Finalmente em meu amado e estimado lar. Hora do almoço.

Diário estelar; Primeiro de Julho de dois mil e nove, Quarta-Feira. Anotação finalizada.



terça-feira, 30 de junho de 2009

Pra tu ver, só...

Amanhã tem prova de Matemática Fundamental e eu não sei nada. AEEEEE.
E tenho dito.

Até amanhã, queridas moscas.

Andei Só

Andei só pela noite
Cantei um reggae pros cachorros da rua
Andei só pela noite
Cantei um verso daquele velho samba pra lua
Andei só pela noite
(tudo bem, a vida continua)

[Andei Só - Natiruts]

Por hoje, é o bastante.

sábado, 27 de junho de 2009

Tenso


[clique para ampliar]

TENSO DETECTED!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Eternamente a brilhar

"Você e eu devemos fazer um pacto
Nós devemos trazer a salvação de volta"

Com essas palavras Michael Jackson começa a canção I'll Be There (Eu estarei lá), dos Jackson Five.
E "estar" foi o que Michael mais fez em sua vida. Esteve em capas de jornais e revistas, em citações, na boca do povo, no coração também, nas criticas.
Esteve nas paradas de sucesso, com o álbum Thriller, e nas gavetas e porta-cds de muitas e muitas pessoas nesse mundo tão vasto.
Agora ele está novamente. Está na nossa memória, ainda em nossos corações, está na influência que causou na arte, na música, principalmente, e na dança, igualmente importante. Está novamente nas manchetes, mas, dessa vez, não para falar de escândalos ou sucessos, mas sim para dizer que esse cara, tão cheio de sonhos, tão inconformado com sua aparência, tão genial em suas criações e tão excêntrico em seu modo de vida, que nos brindava todo o tempo com fatos tão intrigantes, esse cara nos deixou, ontem à tarde. Ontem a tarde o mundo perdeu mais um ícone, um exemplo, uma estrela de verdade.
Ele vai continuar brilhando, mas junto com outras tantas estrelas. Mas mais que isso, nos olhos dos muitos fãs que ele deixou, como lágrimas.
Fica aqui minha homenagem à esse gênio que foi Michael Joseph Jackson.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A imaginação é um labirinto do qual eu não desejo sair.

Devaneios... [Parte 1]

Naquela noite tudo estava diferente, parecia fúnebre. Era o espetáculo. Um grande ilusionista apresentava-se naquele momento; dizem que veio de longe. De onde? Parece que do país vizinho; acho que... decididamente é Irlandês. É, era o que dizia no cartaz. Não faz muita diferença. São todos iguais.
Na manhã seguinte não se falava em outra coisa, senão o ponto alto do espetáculo, o grand finale, a obra prima... Num alvoroço de luzes e vozes e fumaça, eis que o inesperado toma a forma de um jovem, tez clara, abatido, roto, típico garoto de rua; 'Não era aquele rapaz? Aquele que nos deixou a alguns dias?', 'Pois parecia'. Fora estrangulado. Não se sabe que mente complexa teria planejado tal atrocidade; sabe-se, sim, que o garoto era figura conhecida, frequentava as mais movimentadas ruas da cidade, pedia dinheiro. Uma tentativa de prolongar, mesmo que minimamente, sua estadia no plano intermediário, também chamado de vida. Para alguns: o pré-inferno.

Do outro lado da cidade, num porão igualmente desprovido de grandes recursos, dois homens permaneciam suavemente aflitos, talvez tensos, após uma longa conversa; iluminados pela chama titubeante da vela. 'Fecha aquela torneira, está me matando', 'Fecha você!'.
Num deles já notava-se pequenas mexas de fios prateados querendo fugir por entre os escuros, era sujeito magro, estatura mediana. No outro prevaleciam os ares de meia idade, ainda com um pouco de energia de reserva.
- Já parou pra pensar no que isso pode acarretar? E se eles nos...
- Esquece isso, já disse. Relaxa.
Na televisão de tubo passava um daqueles Westerns americanos em sépia, o que dava um ar benevolentemente nostálgico ao lugar; ainda contavam com uma garrafa vazia de Duff ao lado da TV. Aquilo certamente ajudava na composição da cena.