sábado, 26 de junho de 2010

É mútuo. É amor.

Imagem retirada daqui.

Sempre, desde pequeno, me perguntei o que é o amor.
Quando pequeno, inocentemente achava que amor era gostar.
Talvez fosse. Talvez. Na infância ainda existe aquela coisa bonita do gostar.
Sem alianças, sem cobranças, sem complicações. A gente gosta e pronto.
Fui ficando mais velho e me apaixonei. Tá, isso é amor, certo? Não, acho que não.
Era mais uma submissão, pois amor platônico, ainda que tenha amor no nome, não acho que seja amor.
Amor é algo mais concreto, certo? Não sei.
A idade avançou e aquele "amor" foi mudando. As experiências foram acontecendo e eu as fui analisando.
Percebi então que aquilo não era amor, era doença. Um pouco forte para se dizer. Que sabe um lúcido sobre doença, não é?
Em um momento da minha vida percebi que amor não é só de um, é de dois.
Amor é como um LEGO: se falta uma peça, não funciona direito.
Mas qual peça? Comecei a ver então que o amor era formado por várias peças, sendo duas delas as mais importantes. O Um e o Outro.
Não existe amor sozinho. O amor é dependente, o amor se sente solitário.
Comecei uma nova fase da minha vida, e nela propus a mim mesmo não mais amar; já considerava uma coisa impossível. Ora, como juntar tantas peças num mundo tão separado, dividido?
Amar é complicado, amar é duro e amargo. Amar é doloroso. Assim eu pensava.
E aí já tinham-se ido alguns bons anos da minha vida sem realmente saber o que é amar.
E aquela dúvida ainda pairava no meu coração.
O amor? Será que um dia ele vai me visitar? E será que ele virá por completo dessa vez?
Não. O amor pode ter uma lógica parecida com um álbum de figurinhas, mas não sejam literais, meus leitores. O amor não se coleciona. Para se completar o amor, é preciso conquistar; peça por peça, figurinha por figurinha.
O problema é que nunca se sabe exatamente qual figurinha se precisa pra completar aquela página.
São abstratas. São baseadas em sentimentos e emoções.
Então descobri que o amor é reflexo quase exato das ações do dia-a-dia.
O amor se constrói com um dia após o outro. Ele não fica pronto (e será que um dia fica pronto?), assim como qualquer obra, em um dia ou dois.
Então anotei na minha agenda de sentimentos e aflições que o amor precisa de paciência.
Tá lá, vou lá conseguir pra mim um pouco de paciência na loja da sabedoria.
No meio do caminho tropecei -pof!- que é isso?! Quem diria, mais uma chance de amar.
Pensei 'depois de tanto tempo com o coração frio, posso me dar o direito de tentar mais uma vez'.
Era pegar ou largar. Pois não se tropeça no amor, mas o contrário, o amor é que te atropela.
E daí então eu venho descobrindo que o amor, além de tuuudo isso...

É aquela vontade imensurável de querer estar junto e não saber como ficar longe.
É transformar o tropeço (muito conhecido como paixão) num sentimento sólido e resistente.
É saber entender o outro e saber entender que o outro pode não saber te entender. E então ensiná-lo.
É ver um por-do-sol em cada sorriso, uma aurora em cada fio de cabelo, um dança em cada movimento do corpo, música em cada palavra dita. Ah!, a música. Como é bela, não é?
É sentir que, ao simples toque, tuas energias se estabilizam. Como se, mesmo naquele milésimo de segundo, nada mais importasse.
É fazer único cada momento.
E mais do que isso, é encaixar, sem maiores dificuldades, alguém no teu futuro. Que até então parecia tão solitário.
É aproveitar e querer ser aproveitado. É mútuo. É amor.

...

Bem, se é só isso mesmo, eu não sei. E nunca vou saber. Pois o amor é mutante, nunca é o mesmo para todos. E sempre há o que descobrir sobre ele.
Mas uma coisa eu posso dizer depois disso tudo: amem, pois vale a pena amar.
Se der certo, que bom. Se der errado, é aprendizado.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A mão que te toca


Sabe? Na vida passamos por muitas pessoas. Muitas delas também passam por nós.
Pessoas grandes, pessoas pequenas. Gordas, magras. Bonitas ou feias. Questão de ponto de vista.
Pessoas loucas, pessoas normais (quem vai dizer?). Pessoas rudes ou afáveis. Sinceras ou não.
Algumas mentem a idade, outras tem o dom de admirará-la, aceitá-la.
Pessoas pobres, pessoas ricas, meio termo.
Negros, brancos, amarelos, azuis, cor-de-rosa, lilás... verde-oliva?
São tantas as cores, que já nem me apego por elas.
Há pessoas dos mais variados tipos.
Há aquelas de quem não gostamos; há aquelas que não gostam de nós.
Há também as de quem gostamos e as que gostam de nós; difícil saber.
Afinal, "a vida é uma caixinha de surpresas", não é?
Dentre tantas e tantas pessoas, são poucas as que tem o poder de mudar nossa vida.
Um detalhe aqui, outro alí, alguma coisa sempre levamos de quem por nós passa.
Por vezes o sotaque, por outras o jeito de mexer as mãos ou os pés. O estilo, quem sabe?
Mas existem aquelas que nos mudam por dentro.
Mudam nossos conceitos, mudam nossas idéias e formas de pensar.
Mudam nosso modo de sentir e ser sentido.
Nos trazem esperanças da mesma forma que a tomam de nós.
São capazes de, imaginem, mudar o ritmo do nosso coração.
E como se não bastasse, teimam em levar um pedaço de nós com elas sempre que vão embora.
Mesmo que seja pra voltar no outro dia e, às vezes, nos fazer sentir coisas totalmente novas.
Às vezes ódio, raiva, mas essas... essas são coisas efêmeras. Amor, quem sabe? Afeto?
Frio? Calor?
Certas pessoas exercem tanto poder sobre nós que talvez elas mesmas não tenham noção da intensidade de tal força e por muitas vezes perdem o controle sobre ela.
Essas pessoas nós chamamos de...
Bem, ainda não sei.
Amigos, irmãos, amores, afetos?
Qual é a mão que toca teu coração?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

"Não digo que seja ruim(...)"

De todas a prisões do mundo, a pior delas é o amor, pois nos agrada. É ao mesmo tempo tortura e prazer.
E não há nada pior do que, pelo prazer, estar preso ao sofrimento.
Não digo que seja de todo ruim, mas me vejo em meio a um problema aparentemente insolúvel. Um desafio.

Teu charme e elegância
Escondem bem os teus segredos
Desejos, amores,
Entre frases e versos
Te descubro, desvendo
E que medo me dá
Pois teu semblante
Por vezes sério, severo
Deixa transparecer
Tuas dúvidas e incertezas
Teus desejos e temores
E eu, como fico, garota?
Teus cabelos, complexos como tua mente
Me prendem
Num emaranhado de pensamentos
Incertos, indecentes
Onde teu corpo e alma
Anseiam por minha alma e corpo
(como os meus pelos teus)
Num paraíso ardente
E é aí que vejo teus olhos
Inquisitores, penetrando nos meus
Indefesos
Como um nobre e doce veneno
Que percorre cada vaso sanguíneo
E paralisa meu corpo, suavemente
Mas que não deixa,
-Que austeridade é essa, garota?-,
Que não me deixa a mim
Penetrar nos sombrios vales
Do teu pensamento
Ainda que sombrios,
Sei que são belos e verdejantes
Caso assim se faça necessário
Que estarás tu a pensar?

O que acontece é que encontro-me em uma plataforma de duas extremidades de mesma importância; de um lado, lutar, de outro, me render. Se ficar no meio, nada vai me acontecer. Mas uma voz sombria e pesada da minha mente surgirá e dirá: fostes covarde, guerreiro!, e assim terminará teus dias: como um covarde.


Matheus Machado Fonseca

O Dia Em Que o Amor Perdeu a Guerra

Essa é uma composição minha.

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Pode se levantar
Olhar pra trás e ver
Que como teu cabelo
Tuas mentiras não param de crescer
E elas vão pegar você

Pode se levantar
E até tentar correr
Foi tudo ledo engano
Teu corpo não quer mais te obedecer
É bom se proteger

Quando essa guerra terminar
Restos e sobras de corações trincados
Serão só o começo
Da ironia que é amar
Quando essa guerra terminar

Que ironia, o amor já está a recrutar
Nobres soldados
No campo vão lutar
E no final,
Quando essa guerra terminar?

Pode se levantar
Teu corpo vai tremer
No campo seco e plano
Teu coração não terá
Mais como se esconder
E esquecer o engano

Agora só resta
Recomeçar...

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