De todas a prisões do mundo, a pior delas é o amor, pois nos agrada. É ao mesmo tempo tortura e prazer.
E não há nada pior do que, pelo prazer, estar preso ao sofrimento.Não digo que seja de todo ruim, mas me vejo em meio a um problema aparentemente insolúvel. Um desafio.
Teu charme e elegância
Escondem bem os teus segredos
Desejos, amores,
Entre frases e versos
Te descubro, desvendo
E que medo me dá
Pois teu semblante
Por vezes sério, severo
Deixa transparecer
Tuas dúvidas e incertezas
Teus desejos e temores
E eu, como fico, garota?
Teus cabelos, complexos como tua mente
Me prendem
Num emaranhado de pensamentos
Incertos, indecentes
Onde teu corpo e alma
Anseiam por minha alma e corpo
(como os meus pelos teus)
Num paraíso ardente
E é aí que vejo teus olhos
Inquisitores, penetrando nos meus
Indefesos
Como um nobre e doce veneno
Que percorre cada vaso sanguíneo
E paralisa meu corpo, suavemente
Mas que não deixa,
-Que austeridade é essa, garota?-,
Que não me deixa a mim
Penetrar nos sombrios vales
Do teu pensamento
Ainda que sombrios,
Sei que são belos e verdejantes
Caso assim se faça necessário
Que estarás tu a pensar?
O que acontece é que encontro-me em uma plataforma de duas extremidades de mesma importância; de um lado, lutar, de outro, me render. Se ficar no meio, nada vai me acontecer. Mas uma voz sombria e pesada da minha mente surgirá e dirá: fostes covarde, guerreiro!, e assim terminará teus dias: como um covarde.
Matheus Machado Fonseca
Nenhum comentário:
Postar um comentário